Passeio do Poeta
Passeio do Poeta

Passeio do Poeta

 

Perante a neblina

do passado

vagueava o poeta

coberto de sorrisos

 

No tapete dourado

sentia-se o seu poder

O canto dos rouxinóis

inebriava-o

 

O Sol

com seus raios

cintilantes

enaltecia o seu poder

 

O poder do poeta

de gritar ao mundo

as injustiças terrenas

e então chorava

 

Coberto pela irmandade

sentia a alegria

das crianças no pátio

e então sorria

 

Nos campos de guerra

seus gritos cobriam-se

de vergonha

e então sentia-se a morrer

 

Quando passeava

pelas terras fertéis

via o trabalho do agricultor

e então rejubilava

 

O sofrimento era atroz

perante chacinas

perdidas no pecado

O desespero rodeava-o

 

Caía em prantos

pela morte

de uma criança inocente

num sofrimento perdido no tempo

 

Porquê Senhor

tantas atrocidades

perguntava o poeta

perdido no lamaçal.

 

Pedro Valdoy